A Câmara de Vereadores de Imbituba acatou, na sessão ordinária desta segunda-feira (3), uma denúncia contra o vereador Ronaldo Gonçalves Junior, conhecido como Ronaldinho (MDB). O pedido, apresentado pelo professor Luiz Vieira, aponta suposto envolvimento do parlamentar em um esquema de corrupção na Prefeitura e pode resultar na perda de seu mandato.
A denúncia foi protocolada minutos antes do início da sessão, gerando discussões sobre o tempo disponível para análise do documento. Mesmo com as controvérsias, a admissibilidade da denúncia foi aprovada conforme os trâmites do artigo 79, inciso III, do Decreto-Lei 201/67.
A sessão, que durou cerca de quatro horas, teve momentos de tensão, especialmente devido à convocação do suplente Valdir Rodrigues para votar no lugar de Ronaldinho, impedido de participar da decisão. A votação terminou empatada e foi decidida pelo presidente da Câmara, Matheus Pereira, que votou pela aceitação do pedido.
Ronaldinho, que recebeu 1.156 votos nas eleições de 2024, tornou-se alvo da denúncia no contexto da Operação Castelo de Barro, investigação da Polícia Civil sobre possíveis irregularidades na licitação e distribuição de saibro pela Prefeitura de Imbituba. Antes de assumir o cargo de vereador, ele ocupava a Secretaria Municipal de Infraestrutura e teve sua residência alvo de um mandado de busca e apreensão.
O inquérito resultou na denúncia de três pessoas pelo Ministério Público: dois empresários de Garopaba, que chegaram a ser presos preventivamente, e o sucessor de Ronaldinho na secretaria. O parlamentar, no entanto, não foi formalmente indiciado.
Diante da abertura do processo, Ronaldinho classificou a denúncia como “perseguição política”. Ele argumenta que, na época em que era secretário, não havia contratos firmados relacionados à investigação. “Tomarei todas as medidas necessárias para comprovar minha inocência e reverter esse erro cometido pela Casa”, afirmou.
Com a aceitação da denúncia, foi formada uma Comissão Processante para apurar os fatos. O grupo será composto pelos vereadores Matheus Gelinski (presidente), Elísio Sgrott (relator) e Teko de Souza (membro).
O próximo passo será a notificação oficial de Ronaldinho, que terá um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa. A comissão terá até 90 dias para concluir a investigação e emitir um parecer, que pode resultar na cassação do mandato. Caso isso ocorra, o suplente Valdir Rodrigues assumirá a vaga.