Um conflito entre surfistas e pescadores foi registrado na tarde de terça-feira (10), na Praia do Rosa Norte, em Imbituba (SC), após a proibição do surfe durante a ressaca. O mar, impraticável para a pesca artesanal, não impediu que os pescadores mantivessem a restrição à prática do esporte, o que gerou protestos entre frequentadores.
A discussão foi apenas verbal, mas vídeos compartilhados nas redes sociais mostram o clima tenso no local. “O mar estava impossível pra pesca. E mesmo assim não deixaram ninguém surfar. Isso é egoísmo”, relatou um dos frequentadores. Outro comentou: “Eles acham que são donos da praia. Querem pescar e vender caro, mas esquecem que sem o povo pra puxar a rede, nem peixe pega.”
O perfil que publicou as imagens também criticou a atuação do poder público. “A Prefeitura de Imbituba, que deveria fiscalizar o cumprimento da lei, pouco faz! Não media corretamente e não fiscaliza”, escreveu em uma postagem. A crítica faz referência à Lei Municipal nº 501, de 20 de setembro de 1995, que regula os esportes náuticos durante a safra da tainha, estabelecendo a necessidade de acordos entre pescadores e esportistas.
Durante a temporada da tainha, que vai de maio a julho, a pesca artesanal tem prioridade no litoral de Santa Catarina, com diversas restrições à prática do surfe. Em dias de mar ruim, quando os barcos não operam, há um acordo informal que, segundo surfistas, permitiria a entrada no mar — o que não ocorreu nesta ocasião.
O impasse na Praia do Rosa expõe um conflito que se repete todos os anos nas praias catarinenses e reforça a necessidade de ações claras de fiscalização e mediação por parte dos órgãos públicos.