quinta-feira, 26 junho 2025

Vereador eleito em Imbituba é alvo da segunda fase da Operação Castelo de Barro

Polícia Civil cumpre mandados e investiga elo entre desvio de saibro e financiamento ilegal de campanha eleitoral em 2024.
Foto: Polícia Civil SC

A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (25), a segunda fase da Operação Castelo de Barro, que investiga crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, caixa dois e compra de votos em Imbituba, SC. Entre os alvos está um vereador eleito nas últimas eleições municipais, apontado como integrante de um núcleo político-administrativo suspeito de envolvimento direto com os empresários investigados.

Nesta nova fase, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos. De acordo com a investigação, o parlamentar participou de reuniões estratégicas com os donos da empresa contratada para fornecimento de saibro à prefeitura. Uma dessas reuniões ocorreu no dia da homologação da licitação, suspeita de fraude.

Interceptações autorizadas pela Justiça revelaram que parte significativa do material adquirido pelo município foi desviada para propriedades privadas, supostamente para subsidiar a campanha do então candidato. A Polícia Civil apurou que o esquema se intensificou entre agosto e setembro de 2024, especialmente às vésperas das eleições realizadas em 6 de outubro daquele ano.

As investigações indicam a existência de dois núcleos organizados: um empresarial, responsável pela execução do contrato e movimentações financeiras, e outro político, liderado pelo vereador eleito. A atuação conjunta teria permitido o uso de recursos públicos para benefício eleitoral, com desvio de saibro estimado em mais de meio milhão de reais.

Apesar dos indícios, a Justiça Eleitoral indeferiu os pedidos de prisão preventiva do vereador e dos empresários. O Ministério Público havia se manifestado favoravelmente à medida, mas o juiz responsável entendeu que, neste momento, não havia elementos suficientes para as prisões.

Resultados da primeira fase

A primeira fase da operação foi realizada em 8 de janeiro de 2025, com o cumprimento de prisões preventivas dos proprietários da empresa, bloqueio de bens, afastamento de um servidor e apreensões em diversas cidades da região. Foi constatado que apenas 30% do saibro contratado era entregue, enquanto o restante era desviado ou inexistente.

A licitação firmada em junho de 2024 previa fornecimento por 12 meses, mas metade do valor já havia sido executado em apenas três meses. As entregas e os pagamentos ocorriam mesmo sem a comprovação física do material, o que levantou as suspeitas que deram origem à investigação.

Significado do nome da operação

O nome “Castelo de Barro” refere-se ao volume de saibro supostamente adquirido e desviado, correspondente a 1.840 caminhões, totalizando 22.080 metros cúbicos, que poderiam formar uma estrutura equivalente a um “castelo de barro”.

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