Na madrugada desta terça-feira (30), a Barra da Lagoa de Ibiraquera foi aberta de forma irregular e clandestina, em Imbituba, sem qualquer autorização ou licenciamento ambiental, segundo informado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O caso mobilizou o ICMbio e equipes da Prefeitura, que passaram a monitorar a área.
Segundo a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (APABF/ICMBio), não houve autorização para a intervenção. O órgão informou que aberturas irregulares podem comprometer a dinâmica da lagoa, favorecer o assoreamento e alterar suas características físico-químicas, com impacto direto sobre a biodiversidade.
Ainda conforme o ICMBio, a abertura de barras de lagoas sem autorização configura crime ambiental. No caso da Lagoa de Ibiraquera, a Justiça Federal já determinou, em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, que qualquer abertura só pode ocorrer mediante licenciamento ambiental completo.
A APABF informou que está reunindo todas as informações para encaminhamento à Polícia Federal, com o objetivo de identificar e responsabilizar os envolvidos na ocorrência registrada em Imbituba.
Já no período da tarde desta terça-feira (30), a força da água da lagoa escoando em direção ao mar pela abertura arrastou um quiosque localizado próximo ao canal. Não houve registro de feridos, mas o episódio reforçou o risco da situação e a necessidade de isolamento da área.
Diante da situação, o ICMBio também emitiu orientações de segurança, alertando para o risco de forte correnteza no canal recém-aberto e para o perigo de aproximação, tanto na lagoa quanto no mar, especialmente próximo ao ponto de ligação com o oceano.
A Prefeitura de Imbituba informou que acompanha a situação desde a abertura do canal, com atuação permanente das equipes da Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Fiscalização, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
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Até o momento, não há informações técnicas conclusivas sobre como ocorreu o rompimento que resultou na abertura da barra, nem sobre as causas do fenômeno. As equipes técnicas seguem avaliando o cenário e os possíveis impactos.
“O monitoramento é contínuo, com atenção especial aos possíveis impactos para moradores, banhistas e visitantes. ‘A nossa orientação é para que as pessoas evitem se aproximar da área, respeitem as orientações das equipes que atuam no local e tenham atenção redobrada no local’”, afirmou o secretário Adriano dos Passos.
Novas atualizações devem ser divulgadas pelas autoridades assim que houver informações técnicas consolidadas ou necessidade de adoção de novas medidas de segurança.
